domingo, 17 de abril de 2011

ESCATOLOGIA PRIMITIVA PARTE 2

DOCUMENTOS HISTÓRICOS

Irineu (130 - 220 dC) é um dos mais respeitados pais da Igreja devido sua grande contribuição em combate ao gnosticismo daquele tempo. Ele escreveu uma obra poderosa chamada "Contra Heresias".

Tenho em minhas mãos a 2a. edição deste livro publicada pela Editora Paulus. Ele é bastante rico em informações e nele podemos ter uma idéia muito clara como era a fé da igreja primitiva. O livro é divido em 5 capítulos cujo último trata de escatologia. Citarei agora textos que expressam o que era ensinado na igreja primitiva naquele tempo. Vejamos:

"Uma revelação mais clara ainda acerta dos últimos tempos e dos dez reis, entre os quais será dividido o império que agora domina, foi feita por João, o discípulo do Senhor, no Apocalipse. Explicando o que era os dez chifres vistos por Daniel, refere o que lhe foi dito: 'Os dez chifres que tu viste são dez reis que ainda não receberam o reino, mas que receberão o poder como reis, por uma hora, com a besta. Eles não tem senão um pensamento, o de homenagear a besta com a sua força e o seu poder. Eles combaterão contra o Cordeiro, mas o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis'. Esta claro, portanto, que aquele que deverá vir matará três destes dez reis, que os outros se lhe submeterão e que ele será o oitavo entre eles. Eles destruirão Babilônia, reduzi-la-ão a cinzas, darão o seu reino à besta e perseguirão a Igreja mas, em seguida, serão destruídos pela vinda de nosso Senhor." (Livro V:26,1)

Fica claro no texto acima que a Igreja estará presente na grande tribulação pois os eventos citados se referem a ela e neste período a Igreja será perseguida até que eles sejam destruídos pela vinda do Senhor (isto só pode ser pós-tribulacional).

"É necessário que estes aprendam a conhecer o verdadeiro número do nome se não quiserem ser contados entre os falsos profetas. Conhecendo, pois, com certeza, o número indicado pelas Escrituras, isto é, seiscentos e sessenta e seis, devem primeiro esperar a divisão dos dez reis e depois, quando eles reinarão pensando em aumentar o seu poder e ampliar o seu reino, prestar atenção ao homem que, tendo no nome o número indicado, virá improvisamente reivindicar o reino e a aterrorizar estes reis, a fim de saber que ele é realmente a abominação da desolação... É mais seguro e sem perigo esperar o cumprimento desta profecia do que se entregar a elucubrações e conjecturas sobre nomes, pois é possível encontrar quantidade enorme deles que combinam com este número, e o problema continuará o mesmo, pois, se há muitos nomes com este número, continuará a valer a pergunta de quem será o nome do que deve vir. Com efeito, não é por falta de nomes que tenham o número do nome do Anticristo que falamos assim, mas por temor de Deus e pelo zelo da verdade." (Livro V: 30,2 e 30,3)

Irineu nos orienta acima a esperar o cumprimento da profecia do Anticristo, isto é, a abominação da desolação. Ora, a abominação da desolação foi profetizada por Cristo em Mateus 24. Logo, concluímos que, para Irineu, o alerta da profecia de Cristo era para nós, a Igreja. Logo, a Igreja estará presente no período que a abominação da desolação aparecer.

"Todas estas profecias se referem, sem contestação, à ressurreição dos justos, que se realizará depois do advento do Anticristo e da eliminação de todas as nações submetidas à sua autoridade, quando os justos reinarão sobre a terra, aumentarão pela aparição do Senhor e se acostumarão, por ele, a participar da glória do Pai e, com os santos anjos, participarão da vida, da comunhão e da unidade espirituais, neste reino" (Livro V: 35,1)

O texto acima é muito claro. Para Irineu, a ressurreição dos justos, que reinarão com Cristo, acontecerá depois do advento do Anticristo e depois da eliminação de todas as nações submetidas à sua autoridade. Isto ocorrerá na aparição do Senhor, que é pós-tribulacional.

http://postribulacionismo.blogspot.com/2010/11/documentos-historicos-parte-2-irineu-e.html

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