sábado, 21 de maio de 2011

OS AMIGOS DE HOJE PODEM SER OS INIMIGOS DE AMANHÃ?

Empatia mínima, confiança zero: encontro na Casa Branca confirma distância entre Obama e Netanyahu


RIO - Nos bastidores da diplomacia israelense, as boas relações entre a líder do partido Kadima, Tzipi Livni, e a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, eram motivo de orgulho - sobretudo nos últimos anos, nos quais Israel conta com um polêmico nacionalista, Avigdor Lieberman, à frente de sua Chancelaria.

Mas, quando Hillary convidou a amiga para uma reunião privada no Departamento de Estado em dezembro, desencadeou-se a fúria em Jerusalém - afinal, não faz parte do protocolo convidar uma líder da oposição para discutir a paz no Oriente Médio. O encontro foi o bastante para deflagrar rumores sobre um possível desconforto americano em dialogar com o premier Benjamin Netanyahu.

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Na sexta-feira, após o sétimo encontro de Netanyahu com Obama, mais um indício. Analistas apontaram, em meio às divergências, uma certeza: Obama e Netanyahu não confiam um no outro.

O americano confidenciou a assistentes acreditar que o israelense nunca estará disposto a fazer concessões para a paz. Já Netanyahu se queixou de que Obama foi longe demais nas pressões sobre Israel.

- O relacionamento deles é correto, na melhor das hipóteses - observa Judith Kipper, do Instituto de Assuntos Internacionais, nos EUA.

Desde o primeiro encontro, em Jerusalém, em 2008, houve uma disputa de cérebros,

contam testemunhas. Mas como líder do conservador Likud, Netanyahu nunca escondeu ficar mais à vontade com um republicano do que com Obama - democrata, filho de um muçulmano, cuja introdução ao conflito israelense-palestino se deu por meio de acadêmicos pró-Palestina.

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