DILMA DEFENDE ESTADO PALESTINO
Presidente falou sobre o tema em discurso de abertura da Assembleia.
Ela também defendeu que Brasil tenha lugar no Conselho de Segurança.
"Lamento não poder saudar nesta tribuna o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos país dessa assembleia, acreditamos que chega o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título ", afirmou a presidente.
"Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia – como deve ser."
Ao abrir seu discurso, a presidente afirmou que representa "a voz da democracia". Ela é a primeira mulher a fazer o discurso de inauguração do evento, que, por tradição, cabe ao chefe de Estado brasileiro em razão de o Brasil ter sido o primeiro país a aderir ao organismo internacional, em 1945.
"Pela primeira vez na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o debate geral: é a voz da democracia", disse, sendo aplaudida logo depois. "Divido essa emoção com mais da metade dos seres humanos de que esse será o século das mulheres. Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino e são também femininas", completou.
A presidente abriu e fechou sua fala na tribuna das Nações Unidas exaltando o papel feminino na sociedade e seu reflexo na representação política. "Além do meu querido Brasil, sinto-me aqui hoje representando todas as mulheres do mundo: aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego e na vida familiar; aquelas que ousaram e conquistaram espaço de poder que me permite hoje estar aqui", disse. "Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores de direitos humanos, da democracia", completou.
falta de representatividade no Conselho de Segurança corrói sua efetividade. O mundo precisa de um conselho de segurança que venha refletir a sociedade contemporânea, em especial com representantes das economias em desenvolvimento", disse.
O Brasil, segundo Dilma, "está pronto para assumir responsabilidades como membro permanente do conselho".
A presidente também disse demonstrar preocupação com a crise econômica internacional. " A ONU precisa emitir com a máxima urgência sinais claros de coesão política e macroeconômica. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão", afirmou. "Essa crise é séria demais para que seja administrada por uns poucos países."
Ela condenou "a manipulação do câmbio" por "políticas monetárias amplamanete expancionistas" e disse que "a reforma das instituições deve prosseguir aumentando a participação dos países emergentes", que, segundo Dilma, são "os principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial".
Em seu discurso, Dilma exaltou o papel de seu governo em contornar as turbulências da economia internacional. "Mantemos gastos do governo sob rigoroso controle sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais nem nosso ritmo de crescimento e investimento."
Na noite de terça-feira (20), Dilma também abordou a crise em discurso para cerca de 300 convidados em um jantar onde recebeu o prêmio de Serviço Público oferecido pelo instituto americano Woodrow Wilson, em Nova York. Ela afirmou ter "imensa preocupação" com as turbulências econômicas nos países desenvolvidos, mas destacou que o Brasil apresenta "fundamentos sólidos" para enfrentar esta "nova fase" da crise mundial.
"Externo imensa preocupação com países desenvolvidos no que se refere não só aos efeitos da crise econômica, mas também aos efeitos sobre a sociedade, principalmente sobre os efeitos que o desemprego produz."
Antes de discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, a presidente teve uma breve audiência com o secretário-geral do organismo internacional, Ban Ki-moon.
Ao longo da tarde desta quarta, Dilma terá reuniões bilaterai, pela ordem, com o premiê do Reino Unido, David Cameron, com os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, do Peru, Ollanta Humala, e da da Colômbia, Juan Manuel Santos. De acordo com o Planalto, mais de 40 países pediram audiências com Dilma. Devido à agenda apertada, a presidente precisou selecionar.
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