Justiça americana indicia pela primeira vez bispo católico por relação com casos de abuso
KANSAS CITY, Missouri - A Justiça americana indiciou nesta sexta-feira o bispo Robert Finn e sua diocese em Kansas City, sob suspeita de falharem ao reportar um caso de pedofilia por parte de um padre no ano passado.
Segundo o jornal "New York Times", é a primeira vez que um bispo católico é indiciado nos Estados Unidos desde que, há 25 anos, o primeiro caso de abuso sexual cometido por padres se tornou público no país.
De acordo com a acusação, o bispo, de 58 anos, tomou conhecimento em dezembro de 2010 de que o padre Shawn Ratigan, de sua diocese, tirava fotos impróprias de meninas, mas só alertou a polícia em maio.
Segundo a promotoria, precisamente de 16 de dezembro a 11 de maio deste ano, Finn teve motivos razoáveis para suspeitar que o reverendo, da cidade de Independence, lidava com pornografia infantil.
Já havia suspeitas anteriores sobre o comportamento do padre - atualmente preso e também indiciado - e, no fim do ano passado, foram encontradas as centenas de fotos no laptop dele, incluindo "de uma vagina infantil, de saias levantadas e outras concentradas na área da virilha", diz a acusação.
- O fato de ser uma acusação menor não diminui a importância do caso - disse Jean Peters-Baker, promotor do Condado de Jackson, que explicou que o indiciamento foi retardado até agora à espera de que o o bispo voltasse do exterior. - É uma acusação importante, que até onde sei nunca foi feita antes.
O bispo disse que a diretora da Escola St. Patrick, Julie Hess, manifestou sua preocupação com a conduta inadequada do padre num memorando em maio do ano passado. Ela reclamou que Ratingan tirava fotos comprometedoras de crianças, permitia que elas sentassem em seu colo e que pegassem doces em seu bolso.
Mas Finn disse só ter lido o texto depois de Ratingan ser indiciado. Um monsenhor, que recebeu o memorando, teria orientado o padre a estabelecer limites com as crianças. Sete meses depois, um técnico de computador encontrou as fotos no laptop de Ratingan.
O bispo compareceu ao tribunal nesta sexta-feira e, assim como os advogados da diocese, se declarou inocente. Ele pode ser condenado a até um ano de prisão, e a diocese enfrenta a possibilidade de pagar uma multa.
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