Refutação Bíblica a palavra do Silas Malafaia sobre “Uma Vida de Prosperidade”
Por Ruy Marinho
Recentemente, o tele-pastor Silas
Malafaia veio a público desafiar os “blogueiros, críticos de meia-tigela
e sites de bandidos travestidos de evangélicos… quem planta notícia em
internet, invejosos, caluniadores…” [1], a mostrar biblicamente onde é
que se encontram as falhas teológicas de sua pregação sobre a teologia
da prosperidade, que “ele prega e crê” [2].
Talvez o título dessa postagem fosse
mais conveniente com a frase: Ensinando Silas Malafaia a deixar a colher
e comer de garfo! Seria uma resposta a própria afirmação dele de que,
quem o critica “come de colher e quer ensiná-lo a comer de garfo”.
Porém, não posso deixar de lado o que a Bíblia diz em 1 Pedro 3.14-17:
“Ora, quem é que vos há de maltratar, se
fordes zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a sofrer por causa
da justiça, bem aventurados sois, Não vos amedronteis, portanto, com as
suas ameaças, nem fiqueis alarmados, Antes, santificai a Cristo, como
Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a
todo aquele que vos pede razão da esperança que há em vós, fazendo-o,
todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de
modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados
os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da
vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que
praticando o mal.” (negrito meu)
É de conhecimento de todos que, há
alguns anos o tele-pastor desvirtuou-se de sua posição clássica
contrária aos modismos e heresias, inclusive que ele mesmo criticava e
condenava [3], para aderir à perniciosa teologia da prosperidade. Com
isso, o mesmo vem promovendo uma série de distorções bíblicas e heresias
gravíssimas, além de abrir a porta para pregadores heréticos da tal
teologia mercantilista vindos de outros países. Basta pesquisar aqui no
blog para constatar que existem inúmeros artigos de refutação e
denúncias das práticas anti-bíblicas de Silas. Inclusive, destaco um
ótimo resumo crítico que foi publicado recentemente no Púlpito Cristão,
no qual você pode ver aqui!
Embora Silas Malafaia tenha feito o
desafio com um tom ofensivo de deboche e covardia, eu farei a refutação
de sua palavra supra-citada não pelo desafio em si, mas pelo dever em
defender o evangelho, aja visto ter detectado em sua pregação várias
distorções bíblicas e conclusões errôneas feitas pelo tele-pastor,
referentes ao que ele defende. Portanto, para ser mais direto e
categórico, vou me conter em refutar somente a pregação do Silas
Malafaia neste programa específico, onde ele desafia os blogueiros (dos
quais incluo-me).
A primeira parte de sua pregação – com
base na teologia da prosperidade – denominada “uma vida de
prosperidade”, foi ao ar no último sábado, dia 2 de maio de 2012. Veja
abaixo:
Em sua pregação, para começar ele cita
três pontos que serão abordados: o que é a oferta, características de um
ofertante e o resultado na vida do ofertante. Silas utiliza 2Co 9.1-15
de uma maneira desconexa e fragmentada, utilizando somente de alguns
versículos desta passagem para fazer a sua defesa da teologia da
prosperidade, algo normal de uma pessoa que prega tal conceito, pois não
há o costume de utilizar uma pregação expositiva equilibrada. Ele ainda
afirma que esta passagem é o “melhor compêndio no Novo Testamento sobre
o assunto”.
Porém, ao sair do círculo fechado e
fragmentado que Silas arma em torno de 2Co 9.1-15, afirmando a
prosperidade financeira como recompensa para todos os crentes que
ofertam, não tem como ignorar todo o contexto bíblico que trata de
dinheiro, principalmente as passagens que afirmam o contrário do que
Silas defende. Como harmonizar, por exemplo, a sementeira e a colheita
de 2Co 9 com esta outra passagem que diz “Tendo sustento e com que nos
vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em
tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e
perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o
amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se
desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (I Tm
6.8-10, ARA) ?
O que dizer então das palavras do
Mestre: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a
traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai
para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí
estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus
olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus
olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a
luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode
servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao
outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a
Deus e às riquezas.” (Mt 6.19-24, ARA ) ?
Enquanto uma passagem supostamente
afirma (segundo Silas) que podemos ofertar com a promessa de
prosperidade financeira plena, outras afirmam exatamente o contrário,
que não devemos enfatizar a prosperidade financeira! Tem alguma coisa
errada aí! Será que Silas Malafaia está pregando algo correto à luz do
contexto bíblico? Será que Deus ficaria preso na condição de obrigação
em recompensar financeiramente quem oferta?
2Co 9.1-15 pode ser o “melhor compêndio”
sobre o assunto conforme ele afirma, porém não é o único,
principalmente no Novo Testamento! Não se pode interpretar uma passagem
isolada de outras que tratam do mesmo assunto (regra básica de
hermenêutica).
Quando desfragmentamos os versículos
isolados que Silas utiliza e analisamos a luz do contexto imediato desta
passagem, veremos facilmente que o foco de Paulo não é a prosperidade
financeira para os crentes em resposta ao ato de ofertar, mas sim a
necessidade de ajudar financeiramente – com alegria e deliberadamente –
os irmãos mais pobres. Paulo usa como exemplo aos Coríntios (uma igreja
com membros financeiramente estáveis) de como os irmãos macedônios foram
generosos nas ofertas enviadas à igreja de Jerusalém. Mesmo com sérias
limitações financeiras (profunda pobreza, 2Co 8.2) eles tiveram alegria
em ajudar os irmãos pobres. Este exemplo deve ser aplicado a nós nos
dias de hoje com total significância. Porém, não com o objetivo de
barganhar com Deus, esperando algo em troca.
Uma pergunta que devemos fazer: será que
as ofertas e desafios financeiros que, tanto Silas Malafaia, quanto os
demais tele-pastores fazem em seus programas são destinados aos pobres
da Igreja? Não, pois eles categoricamente afirmam qual é o destino do
dinheiro doado em suas coletas: sustentar os programas de TV (valores
milionários), viagens nacionais e internacionais, mega-cruzadas
caríssimas, jatinho particular etc. Posso estar errado, mas eu nunca vi
Silas fazendo um desafio financeiro para ajudar os pobres da Igreja.
Continuando a análise ao vídeo, Silas
comete outro erro grave: ao citar 2Co 9.4, ele afirma que “a oferta tem
sólida base no mundo espiritual”. Para chegar a esta conclusão, ele
utiliza a tradução bíblica Almeida Corrigida Fiel onde diz na parte
final “…firme fundamento de glória”[4]. Porém, ao analisar melhor outras
traduções da bíblia (inclusive o grego original), bem como o contexto
direto (vs 1 a 5), veremos exatamente o que Paulo afirma: “Não tenho
necessidade de escrever-lhes a respeito dessa assistência aos santos.
Reconheço a sua disposição em ajudar e já mostrei aos macedônios o
orgulho que tenho de vocês, dizendo-lhes que, desde o ano passado, vocês
da Acaia estavam prontos a contribuir; e a dedicação de vocês motivou a
muitos. Contudo, estou enviando os irmãos para que o orgulho que temos
de vocês a esse respeito não seja em vão, mas que vocês estejam
preparados, como eu disse que estariam, a fim de que, se alguns
macedônios forem comigo e os encontrarem despreparados, nós, para não
mencionar vocês, não fiquemos envergonhados por tanta confiança que tivemos.”(NVI, grifo meu)
Portanto, concluímos facilmente duas
coisas: primeiro, que não se deve fazer uma exegese profunda em um texto
bíblico considerando somente uma tradução da bíblia; segundo, que a
passagem em si não há, absolutamente, nada de super sobrenatural como
Silas afirma, mas a passagem narra a demonstração de confiança e orgulho
que Paulo tinha pelos crentes de Corinto, na certeza dos mesmos
ajudarem através das ofertas os irmãos pobres da Judéia, conforme
fizeram os irmãos da Macedônia.
Mais um erro teológico de Silas: Ele
cita, estranhamente de forma fragmentada parte de 2Co 9.5, onde diz “…e
preparassem de antemão a vossa bênção” [negrito meu],
afirmando que a palavra “benção” nesta passagem significa “um meio de
receber favor Divino e meio de felicidade”. Ou seja, segundo Silas, em
resposta a oferta haverá uma ação direta de Deus em abençoar os
ofertantes! Isto é uma distorção forçada do texto, pois no contexto
direto a palavra benção está direcionada a uma ação direta dos
ofertantes aos que receberiam as ofertas! Embora reconheça que Deus
pode, segundo a vontade Dele, abençoar a vida financeira de quem ajuda,
não é o que este versículo em si afirma. Os “abençoados” são os que
recebem as ofertas e não os que ofertam!
Veja a mesma passagem em outra tradução: “…concluam os preparativos para a contribuição que vocês prometeram. Então ela estará pronta como oferta generosa,
e não como algo dado com avareza.” (NVI, negrito meu) No original
grego, a palavra utilizada é eulogia (benção), empregada neste contexto
como “generosidade” [5]. Lembrando que o significado da palavra “benção”
é variável, no caso desta passagem se enquadra na definição de
“expressão ou gesto com que se abençoa. Benefício, favor especial.” [6]
Continuando, Silas cita 2Co 9.10 “Ora,
aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também
multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa
justiça”, afirmando que Deus nos dá a semente para ofertar. Está
correto! Afinal, Deus é o provedor de tudo, o homem não dá do que é
propriamente seu, e sim daquilo que Deus lhe tem dado (veja At 17.25).
Mas, para quê serve esta semente que Deus nos dá? Para sustentar
ministérios milionários de tele-pastores que cada vez mais ficam ricos
para esbanjar “prosperidade”, em troca de uma suposta benção financeira
sobrenatural? Não!
A semente que provém de Deus é para
ajudar os pobres da igreja para que todos sejam abençoados e Deus seja
glorificado! Veja o contexto direto no versículo 9: “Como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres,
a sua justiça permanece para sempre” (ACF, negrito meu), uma citação
que Paulo faz de Salmos 112.9 para mostrar que a generosidade à quem
precisa é característica de todo Cristão. Deus abençoa a nossa vida para
“aumentar os frutos da nossa justiça”(vs9), para “toda a
generosidade”(vs11) e para “suprir as necessidades dos santos” (vs10).
Ou seja, Deus pode, segundo a vontade Dele, prover em nossas vidas
quando ajudamos os pobres da Igreja, principalmente para aumentar a
possibilidade desta ajuda continuar cada vez mais: “Nisto conhecemos o
amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos
irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão
padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer
nele o amor de Deus?” (1Jo 3.16-17, ARA)
Mais um erro de Silas: Ele cita parte do
VS 12 “…porque a administração deste serviço”, para afirmar que a
oferta é um serviço para Deus. Logo em seguida, ele cita 1Co 15.58 que
diz “que o nosso trabalho não é em vão” para afirmar que, se é um
trabalho, Deus vai recompensar. Ainda cita Jr 21.14 que diz “o Senhor
recompensará a cada um segundo o fruto das tuas ações”. E termina
afirmando que: “se a oferta é um serviço para Deus, Ele vai nos
recompensar da mesma forma que alguém trabalha e tem que receber
salário.”
Errado Pr. Silas! O contexto de 1Co
15.58 em nenhum momento é formalizado um contrato de trabalho entre nós e
Deus com promessa de honorários financeiros, muito pelo contrário, fala
da esperança que os Coríntios deveriam ter no dia da ressurreição para
continuarem perseverando na fé, mesmo sob ensinos falsos e várias
tentações, sabendo que os esforços para o serviço à Deus nunca será em
vão (veja Is 65:17-25).
Segue o contexto direto da passagem em
questão: “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o
reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis que vos digo
um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num
momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A
trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista
da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.
E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o
que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra
que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a
tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o
pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a
vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus
amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do
Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.” [1Co 15.50-58, ACF, negrito meu].
E sobre Jeremias 21.14, veja o que diz:
“Eu vos castigarei segundo o fruto das vossas ações, diz o SENHOR; e
acenderei o fogo no seu bosque, que consumirá a tudo o que está em redor
dela.” O texto fala de castigo e não de recompensa financeira! Que
distorção bíblica grosseira Pastor Silas!
Dando continuidade na análise do vídeo,
Silas agora discorre para os resultados na vida de um ofertante. Logo de
cara ele afirma que “Deus trabalha com a lei da recompensa”. Para tal
afirmativa, ainda divide esta lei em “5 leis que funcionam na vida de um
ofertante”. Chamo a atenção para algo gravíssimo: colocar a condição de
lei para Deus é neutralizar a onisciência Dele! É afirmar que Deus
trabalha somente em troca do nosso dinheiro! Afinal, se temos que
cumprir esta lei, Deus também tem o dever de cumpri-la. Estaria Deus
amarrado em uma condição humana?
Para a 1ª lei, Silas utiliza 2Co 9.6
afirmando a “lei da semeadura”: “E digo isto: o que semeia pouco, pouco
também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também
ceifará.” Esta passagem está em conexão com todo o contexto direto, no
qual já tratamos nesse artigo (veja explicação acima sobre os versos 9 e
10).
Se esta suposta lei da semeadura
financeira funcionasse como Silas afirma, porque existem cristãos pobres
que precisam de ajuda da própria Igreja? Falta de fé para ofertar o que
não tem? Porque então Paulo organizou esta coleta de ofertas aos Pobres
da Judeia, ao invés de fazer um desafio financeiro para eles serem
abençoados com a lei da semeadura? Inclusive o próprio Paulo passou por
muitas necessidades ( Fp 4.10-20, 2Co 11.27). Porque Jesus se fez pobre
durante seu ministério na terra (2 Co 8.9) não tendo sequer aonde
reclinar a cabeça (Mt 8.20)? Porque Jesus também disse que dificilmente
entraria um rico no reino dos Céus (Mt 19.23-24), e ainda disse para não
juntar tesouros na terra, mas no Céu (Mt 6.19-24)? Estaria Paulo
pregando uma teologia contrária à Bíblia e entrando em contradição
consigo próprio? Claro que não! A teologia contrária a Bíblia é a que
Silas Malafaia tenta defender sem êxito.
Paulo cita esta metáfora baseada na vida
agrícola para mostrar que, aquilo que é doado nunca se perde, é
semeado. Embora Deus, às vezes, proveja uma colheita generosa no terreno
físico, principalmente para aumentar as possibilidades de ajuda aos
pobres da Igreja, esse não é o padrão e nem é a promessa do Novo
Testamento, muito pelo contrário, veja: 2 Co 8:9, 11:27, Lc 6:20-21,
24:25, Tg 2:5.
Tentando justificar a demora na
“colheita” de muitos, Silas ainda faz uma analogia entre o tempo de
cumprimento da “lei da semeadura” com as sementes de frutas naturais.
Dentre várias frutas, ele cita tamarindo, uma fruta que demora até 60
anos para começar a dar frutos. Com isso, ele justifica que pode demorar
muito para alguém receber o pagamento da tal “lei da semeadura”. Ou
seja, o que você ofertar, talvez nem receba de Deus nesta vida. Na
verdade, trata-se da famosa “desculpa espiritual” dos adeptos da
teologia da prosperidade para os que não receberam a sua colheita, mesmo
depois de ofertar. Engraçado que na hora dos desafios televisivos é
exaustivamente enfatizado que Deus vai nos abençoar, que vamos colher
cem vezes mais, que vamos ter uma vida próspera, que vamos pagar nossas
contas e ter prosperidade em abundância etc.
Na 2ª lei, Silas cita 2 Co9.7 onde diz
“…porque Deus ama a quem dá com alegria”, o que seria a “lei do amor de
Deus sobre o ofertante”. Logo após, solta uma pérola histórica: “você
não vê Deus usando essa palavra de amor pra salvação” E ainda pede para
avisá-lo se alguém souber de outra passagem bíblica que utiliza esta
expressão de amor de Deus, pois ele não sabe de tudo da Bíblia.
Sinceramente, alguém que faz tal
afirmação deixa-me mais desconfiado ainda do quanto a pessoa é
desprovida de conhecimento Bíblico, veja: Jo 3.16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (negrito meu) Leia também 1Jo 4.9 e Rm 5.8.
A 3ª lei, segundo Silas, consta no
versículo 8, onde diz: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim
de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda
boa obra,”(ARA) o que seria a “lei total do favor de Deus, a graça”.
Silas afirma – corretamente – que a graça é o favor imerecido,
benevolente e amoroso de Deus para o homem. Mas comete um erro
gravíssimo afirmando que “a oferta chama a graça de Deus para nós”. Ora,
se a graça é um favor imerecido, como pode ser merecido ao mesmo tempo?
Para piorar, segundo este pensamento
Silas afirma que através da oferta nós podemos obter soluções de
problemas emocionais, curas e soluções de problemas financeiros. Enfim,
erros gravíssimos e infantis que nem um aluno novo de Escola Bíblica
dominical confunde.
O versículo em questão não dá margem
para esta interpretação incorreta. No verso 8 diz que Deus pode nos
abençoar para sermos um instrumento de sua graça, fazendo que tenhamos o
suficiente para continuar ajudando os pobres. Quando os santos carentes
recebem uma generosa doação de outros crentes, eles reconhecem que Deus
é a fonte da generosidade, reconhecendo o dom inefável de Deus (vs 15).
E assim eles respondem com ações de graças e louvor a Deus por Sua
graça em suas vidas (v. 11). E isto acontece segundo a vontade Dele e
não por nosso merecimento. Nós não merecemos e nunca vamos merecer a
graça Dele, é Ele quem nos ama e nos concede a sua graça, segundo o Seu
querer.
A 4ª lei que Silas cita, segundo 2Co 9.9
é a “lei da multiplicação”, que na verdade é o mesmo que a “lei da
semeadura”. Ou seja, a refutação para a 1ª lei serve para esta 4ª lei
também.
Enfim, a 5ª lei. Silas cita o verso 11
que diz “para que tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz
que por nós se dêem graças a Deus”, para fundamentar a “lei da
abundância”. Com isso, Silas afirma que Deus é um Deus de sobra, sem
mesquinharia.
Obviamente, ele utiliza este argumento
para justificar a suposta abundância da teologia da prosperidade. Mas,
ao contrário que ele afirma, o que esta passagem mostra é que, quando
Deus nos dá uma provisão financeira, mesmo sendo com sobras, não é para o
proveito próprio, e sim para ser usada em generosidade aos
necessitados, para a glória de Deus. O versículo é claro quando afirma
“…para toda a beneficência”(ACF), “para toda generosidade”(ARA). Veja
como viviam os convertidos naquela época: “Todos os que creram estavam
juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens,
distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha
necessidade.” (At 2.44-45, ARA) Este conceito de abundância financeira
é, de fato, o mais claro sinal de avareza na vida de alguém: “Tende
cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um
homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Mt 12.15,
ARA)
Silas ainda cita exemplos do que
aconteceu com Adão e Eva no jardim do Éden e a prosperidade de Abraão
para afirmar que Deus fará o mesmo com quem ofertar. Isto é um absurdo!
Afinal, estes são casos isolados em que Deus agiu com um propósito
específico e exclusivo para cumprir os seus planos! Por exemplo: não é
porque Deus sustentou o povo no deserto enviando o maná dos céus (Ex
16:35) que ele fará o mesmo hoje da mesma forma conosco. Vai deixar de
trabalhar esperando o maná para ver o que acontece!
Para terminar, mostro na Bíblia a verdadeira prosperidade para o Cristão:
“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às
igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação,
manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles
superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles,
testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se
mostraram voluntários”. (2Co 8.1-3).
Antigamente, Silas Malafaia concordava que esta passagem nos mostra a verdadeira prosperidade bíblica, veja o que ele disse muitos anos atrás: “Os pobres da Macedônia dividiram o pouco que tinham com os pobres da Judeia. Isto é prosperidade. Prosperidade é você compartilhar com o outro… é viver bem com aquilo que Deus tem te dado… é mesmo você tendo pouco, você ainda tem forças e capacidade de ajudar alguém que está pior do que você.” [7]
Antigamente, Silas Malafaia concordava que esta passagem nos mostra a verdadeira prosperidade bíblica, veja o que ele disse muitos anos atrás: “Os pobres da Macedônia dividiram o pouco que tinham com os pobres da Judeia. Isto é prosperidade. Prosperidade é você compartilhar com o outro… é viver bem com aquilo que Deus tem te dado… é mesmo você tendo pouco, você ainda tem forças e capacidade de ajudar alguém que está pior do que você.” [7]
Fico na esperança de que esse artigo
sirva de alerta para todos aqueles que ainda acreditam na teologia da
prosperidade, onde infelizmente nos últimos anos muita gente se
corrompeu, contaminando-se nas heresias importadas da teologia de Mamon.
Espero de coração que Silas Malafaia se
arrependa verdadeiramente, voltando ao evangelho puro e verdadeiro. Não
existe nada mais nobre para um Cristão do que assumir sua condição de
pecador e humildemente reconhecer os seus erros para nunca mais
praticá-los.
Soli Deo Gloria!
***
Ruy Marinho é diretor de arte, designer gráfico por formação e também Teólogo. Edita o blog bereianos e examinou detalhadamente o que o Malafaia entende como verdade. Divulgação: Púlpito Cristão.
COMENTÁRIO:
Finalmente alguém desmascarou com base bíblica este falso pastor e sua "Teologia da Prosperidade".
É uma pena que muitas pessoas ainda seguem sendo enganadas por esta teoria que não tem base bíblica nenhuma, mas que serve para encher os bolsos dos telepastores modernos.
Que o nosso Maravilhoso Deus abra os olhos e os corações destas ovelhas pastoreadas por lobos em peles de cordeiros.
Que o nosso Maravilhoso Deus abra os olhos e os corações destas ovelhas pastoreadas por lobos em peles de cordeiros.
Um comentário:
Não da nem para perder tempo para comentar esse Silas imundo, tudo para ele se baseia no bem material, senta na mesa dos escarnecedores e usurpa a palavra de Deus para beneficio proprio. E um grande falso profeta no meio evangélico.
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