Faraós do Egito e o Êxodo
Gênesis,
o primeiro livro de Moisés, apresenta um breve esboço da história dos
escolhidos de Deus desde a criação de mundo até o fim da era
patriarcal, um período de muitos séculos. Entretanto, os primeiros dois
capítulos de Êxodo como uma continuação do Gênesis, abrangem cerca de
80 anos e o restante do livro, apenas um ano, aproximadamente.
Embora
a ausência de evidência arqueológica impeça de dogmatizar a respeito
de vários pontos da história dos israelitas no Egito, parece haver
razões suficientes para justificar a conclusão de que José e Jacó
entreram no Egito durante a época dos hicsos. Esses governantes semitas
eram amigáveis com seus irmãos étnicos, os hebreus, e, sob o domínio
deles, José alcançou honra e fama. Porém, como invasores e governantes
estrangeiros, os hicsos eram odiados pelos egípcios nativos, muito
embora tenham governado com mão leve e trabalhado para o bem de seus
súditos.
HICSOS
Após
150 anos de domínio hicso no Egito (1730-1580 a.C.), Sekenenré se
rebelou. Ele era príncipe egípcio de uma jurisdição no alto Egito e
vassalo dos hicsos. O registro dessa rebelião aparece num relato
lendário de uma data posterior e não revela o sucesso ou o fracasso da
tentativa de Sekenenré em restaurar a independência do Egito. Sua múmia
mostra terríveis feridas na cabeça, possivelmente recebidas no campo
de batalha enquanto lutava contra os hicsos.
Egípcios na batalha contra os Hicsos |
A
verdadeira luta pela independência começou com Kamés, o filho e
sucessor de Sekenenré. Ele teve êxito em expulsar os hicsos do alto e
médio Egito e limitar o poder deles à região leste do Delta. Contudo,
Kamés não viveu para ver a expulsão definitiva dos hicsos. Isso foi
alcançado por seu irmãos mais novo, Ahmés, que derrotou os odiados
inimigos e os forçou a entregar sua capital, Avaris. Com a queda de
Avaris, os hicsos perderam sua última fortaleza no Egito. Então, foram
para Saruhen, no sul da Palestina, que, por sua vez, foi conquistada
por Ahmés depois de três anos de campanha militar. A perda de Saruhen e
a fuga dos hicsos para o norte marcaram o fim de seu domínio, bem como
seu desaparecimento da história.
18° DINASTIA EGÍPCIA
Após
derrotarem os hicsos, os governantes de Tebas se tornaram monarcas
absolutos de todo o Egito. Como reis da 18° dinastia, eles não apenas
libertaram o Egito, mas subjugaram a Núbia e a Palestina, além de
construir um império forte e próspero. Era natural que esses
governantes, que não conheciam José (Êx 1:8), considerassem suspeitos os
israelitas que ocupavam a terra de Gósen na região oriental do Delta.
Também é compreensível que os egípcios nativos não confiassem neles,
pois haviam se estabelecido ali no tempo do domínio dos hicsos, eram
etnicamente aparentados e tinha sido favorecidos por eles.
Hatshepsut |
A
cronologia dos reis da 18° dinastia ainda não foi fixada de forma
definitiva. As seguintes datas, embora baseadas nas melhores evidências
disponíveis, são apenas aproximadas. Ahmés foi sucedido por Amenhotep I
(1546-1525 a.C.), que empreendeu campanhas militares no sul e no
oeste. Seu filho Tutmés I (1525-1508 a.C.), que levou a cabo uma
campanha militar na Síria e no Eufrates, foi o primeiro rei a registrar
o trabalho de escravos asiáticos na construção de seus templos. É
possível que fossem os hebreus. Ele foi sucedido por seu filho, Tutmés
II (1508-1504 a.C.) e, após a morte desse último, Hatshepsut, filha de
Tutmés I, governou o Egito pacificamente por 22 anos (1504-1482 a.C.). É
provável que ela tenha sido a mãe adotiva de Moisés [Êx 2:5-10], uma
vez que os primeiros 40 anos da vida dele foram durante os reinados de
Tutmés I, Tutmés II e Hatshepsut. De acordo com a cronologia bíblica
adotada neste comentário, Moisés fugiu do Egito alguns anos antes que
Tutmés III reinasse como único rei [Êx 2:15].
No
início do reinado de Hatshepsut, uma revolução dos sacerdotes a forçou
a aceitar a corregência de seu sobrinho, Tutmés III. Seu
desaparecimento repentino pode ter sido resultado de violência ou
causas naturais. Se Hatshepsut foi a princesa que adotou Moisés, essa
revolta dos sacerdotes deve ter acontecido em decorrência da recusa de
Moisés em se tornar membro da casta sacerdotal.
Na corte de Faraó, Moisés recebeu o mais elevado ensino civil e militar. O rei resolvera fazer de seu neto adotivo o seu sucessor no trono, e o jovem foi educado para a sua elevada posição. "E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras." Atos 7:22. Sua habilidade como chefe militar tornou-o favorito dos exércitos do Egito, e era geralmente considerado personagem notável. Satanás fora derrotado em seu propósito. O mesmo decreto que condenava as crianças hebréias à morte, tinha sido encaminhado por Deus de modo a favorecer o ensino e educação do futuro chefe de Seu povo.
Os anciãos de Israel foram instruídos pelos anjos de que o tempo para o seu libertamento estava próximo, e que Moisés era o homem que Deus empregaria para realizar esta obra. Os anjos também instruíam a Moisés quanto a havê-lo Jeová escolhido para quebrar o cativeiro de Seu povo. Supondo que deveriam obter sua liberdade, pela força das armas, tinha ele a expectativa de levar o exército hebreu contra as hostes do Egito e, tendo isto em vista, prevenia-se contra suas afeições, receando que, pelo seu apego à mãe adotiva ou a Faraó, não estivesse livre para fazer a vontade de Deus.
Pelas leis do Egito, todos os que ocupavam o trono dos Faraós deviam fazer-se membros da sacerdócio; e Moisés, como o herdeiro presumível, deveria iniciar-se nos mistérios da religião nacional. Este dever foi confiado aos sacerdotes. Mas, ao mesmo tempo em que era um estudante ardoroso e incansável, não pôde ser induzido a participar do culto aos deuses. Foi ameaçado com a perda da coroa, e advertiu-se-lhe de que seria repudiado pela princesa caso persistisse em sua adesão à fé hebréia. Mas ele foi inabalável em sua decisão de não prestar homenagem a não ser ao único Deus, o Criador do céu e da Terra. Arrazoava com os sacerdotes e adoradores, mostrando a loucura de sua veneração supersticiosa a objetos insensíveis. Ninguém lhe podia refutar os argumentos nem mudar o propósito; contudo, provisoriamente foi tolerada a sua firmeza, por causa de sua elevada posição, e do favor em que era tido pelo rei, bem como pelo povo (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 245).
Assim
que Tutmés III se tornou o único governante (1482-1450 a.C.), partiu
para a Palestina numa campanha militar e derrotou uma coalizão de
príncipes sírios e palestinos, em Megido. Seu império asiático se
manteve unido graças a uma demonstração de força por meio de campanhas
anuais. Como seu avô, ele afirmou que escravos asiáticos trabalharam em seus programas de construção de templos. Provavelmente, era ele o faraó de quem Moisés fugiu.
Amenhotep II |
Depois
de Tutmés III, seu filho Amenhotep II subiu ao trono (1450-1425 a.C.).
Ele deu início a um reinado de terror sistemático sobre suas
possessões estrangeiras e se enquadra notavelmente bem no papel do
faraó do êxodo. Por alguma razão, não mencionada em registros fora da
Bíblia, não foi o príncipe herdeiro que sucedeu Amenhotep II no trono,
mas seu outro filho Tutmés IV (1425-1412 a.C.). O desaparecimento do
príncipe herdeiro pode ter acontecido devido à morte de todos
primogênitos na décima praga do Egito [Êx 11:5].
Esse
é o contexto histórico dos eventos dramáticos descritos de modo vívido
no livro de Êxodo. Não existem registros do êxodo além da Bíblia. Os
egípcios nunca relatavam eventos desfavoráveis a si mesmos.
O PRIMOGÊNITO DE FARAÓ
O
fato de esse incidente estar registrado num monumento de pedra mostra
que Tutmés IV originalmente não tinha sido designado como herdeiro da
coroa, nem esperava ser rei. Revela também que atribuía sua ascensão ao
trono à intervenção divina. Embora seu irmão mais velho, o herdeiro
original da coroa, não seja mencionado, os especialistas em inscrições
egípcias não tem dúvida de que algo incomum aconteceu ao filho mais
velho de Amenhotep II.
Não se deve esperar resposta satisfatória dos registros egípcios quanto ao que aconteceu ao jovem. Mas, supondo que Amenhotep II tenha sido o faraó do êxodo, a morte de seu filho mais velho na décima praga resultaria na ascensão do filho mais jovem, Tutmés IV, como herdeiro do trono. Para não atribuir sua ascensão a uma tragédia que o Deus dos hebreus trouxe ao paíes, Tutmés IV poderia ter inventado e difundido a história de uma suposta visão celestial.
Não se deve esperar resposta satisfatória dos registros egípcios quanto ao que aconteceu ao jovem. Mas, supondo que Amenhotep II tenha sido o faraó do êxodo, a morte de seu filho mais velho na décima praga resultaria na ascensão do filho mais jovem, Tutmés IV, como herdeiro do trono. Para não atribuir sua ascensão a uma tragédia que o Deus dos hebreus trouxe ao paíes, Tutmés IV poderia ter inventado e difundido a história de uma suposta visão celestial.
Como
costume, uma sucessão irregular real era explicada como uma
intervenção divina da parte dos deuses egípcios. Quando Hatshepsut
sucedeu seu pai no trono, anunciou-se que o deus Amon a havia gerado e
ordenado que ela fosse governante do Egito. Quando Tutmés III, sem
direito legal ao trono, foi pronunciado rei durante uma rebelião num
templo, um decreto específico do deus Amon foi publicado autorizando
essa sucessão irregular.
Se Amenhotep II foi o faraó do êxodo, seu filho mais velho foi morto durante a noite de horror. Não existem registros fora da Bíblia sobre esse acontecimento. Na realidade, era costume dos antigos egípcios não declarar qualquer experiência humilhante. Entretanto, Tutmés IV, irmão do primogênito do faraó, deixou uma evidência da qual se infere a morte inesperada de seu irmão e sua própria ascensão à condição de príncipe herdeiro.
A
estela da esfinge de Gizé registra que ele fez com que fosse removida a
areia desse antigo monumento, em gratidão pela indicação divina que
recebeu inesperadamente à sua sombra. Na inscrição ele conta que estava
caçando próximo à esfinge num certo dia, e, enquanto tirava um cochilo
à sombra do monumento, esse "grande deus" (a esfinge) lhe apareceu em
visão e falou com ele como um pai se dirige a um filho, revelando que
ele seria o futuro rei do Egito.
Estela da pirâmide de Gizé |
COMENTÁRIO:
O livro de Werner Keller A Bíblia Tinha Razão nunca esteve tão atual, pois os achados dos últimos tempos nos confirmam isto, além do que a matéria acima também corrobora com os acontecimentos descritos no Gênesis.
http://www.arqueologiadabiblia.com/
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Um comentário:
Boa noite irmão!!!!Ainda lhe falta descobrir quem são os verdadeiros Hebreus Israelitas das Escrituras o povo do Eterno. Por favor veja este blog :
http://hebreuisraelita.wordpress.com/2012/01/19/aparencia-fisica-de-israel/
HalleluYAH
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